A vítima
O Governo é bom, o primeiro-ministro é óptimo e Portugal não merecia tanto. Isto foi, em síntese, o que José Sócrates foi dizer à RTP1 na entrevista de terça-feira. Nem foi preciso dormir sobre o assunto para chegar a esta conclusão. Foi um vazio de discurso estudado e repetido.
Foi assim: a sua seriedade é tal que nunca lhe passou pela cabeça enfiar a carapuça das críticas feitas por Cavaco Silva contra os que governam pelos números e para as estatísticas; o seu sentido de Estado é absoluto e total porque nunca imaginou enviar indirectas, mesmo que a título de resposta, ao Presidente da República – afinal, não é Cavaco o rosto da política do recado e do bota-abaixismo e a cooperação institucional entre Belém e São Bento é um bem inestimável; a sua eficiência é inquestionável pois detectou os sinais da crise no momento certo, nem mais cedo nem mais tarde; não existem dúvidas sobre a sua eficácia porque o pacote anti-crise lançado pelo Governo é a solução para estimular a economia nacional e evitar a destruição de emprego; e o Freeport, esse caso, é o instrumento do Mal – ficou, mais uma vez, a garantia pessoal que não houve nenhuma irregularidade ou ilegalidade no processo de licenciamento do Freeport.
Foi isto. Sócrates foi, é e será sempre a vítima de alguém e de qualquer coisa, seja do Freeport, dos jornalistas, da Oposição, dos analistas ou das palavras que podem vir a ser ditas num discurso para comemorar os 35 anos do 25 de Abril. Imagine-se o que pode acontecer se no espaço de uma semana o Presidente da República não tiver mudado de ideias e no próximo sábado insistir no tom crítico e voltar a apontar erros à política do Governo de José Sócrates. Como será que reage alguém que nunca tem dúvidas e raramente se engana? Cavaco Silva sabe a resposta.
publicado por Sílvia de Oliveira às 18:10 in www.fimdepartida.blogs.sapo.pt
O Governo é bom, o primeiro-ministro é óptimo e Portugal não merecia tanto. Isto foi, em síntese, o que José Sócrates foi dizer à RTP1 na entrevista de terça-feira. Nem foi preciso dormir sobre o assunto para chegar a esta conclusão. Foi um vazio de discurso estudado e repetido.
Foi assim: a sua seriedade é tal que nunca lhe passou pela cabeça enfiar a carapuça das críticas feitas por Cavaco Silva contra os que governam pelos números e para as estatísticas; o seu sentido de Estado é absoluto e total porque nunca imaginou enviar indirectas, mesmo que a título de resposta, ao Presidente da República – afinal, não é Cavaco o rosto da política do recado e do bota-abaixismo e a cooperação institucional entre Belém e São Bento é um bem inestimável; a sua eficiência é inquestionável pois detectou os sinais da crise no momento certo, nem mais cedo nem mais tarde; não existem dúvidas sobre a sua eficácia porque o pacote anti-crise lançado pelo Governo é a solução para estimular a economia nacional e evitar a destruição de emprego; e o Freeport, esse caso, é o instrumento do Mal – ficou, mais uma vez, a garantia pessoal que não houve nenhuma irregularidade ou ilegalidade no processo de licenciamento do Freeport.
Foi isto. Sócrates foi, é e será sempre a vítima de alguém e de qualquer coisa, seja do Freeport, dos jornalistas, da Oposição, dos analistas ou das palavras que podem vir a ser ditas num discurso para comemorar os 35 anos do 25 de Abril. Imagine-se o que pode acontecer se no espaço de uma semana o Presidente da República não tiver mudado de ideias e no próximo sábado insistir no tom crítico e voltar a apontar erros à política do Governo de José Sócrates. Como será que reage alguém que nunca tem dúvidas e raramente se engana? Cavaco Silva sabe a resposta.
publicado por Sílvia de Oliveira às 18:10 in www.fimdepartida.blogs.sapo.pt
1 comentário:
bem nunca aqui tinha escrito, apesar de ser um asíduo leitor deste blog. contudo, este post merece um comentário. Sempre fiquei muito confuso aquando a instauração de novos processos contra figuras ilustres da sociedade portuguesa, ou contra pessoas de grande influência, pois como se vê fica tudo nas portuguesinhas águas de bacalhau. Certamente deve de existir uma mentalidade na nossa sociedade que defende que pessoas tão distintas não poderão ser culpadas. Contudo, no outro dia quando se discutiu na Asembleia da República o novo projecto de lei acerca do sigilio bancário, alguém dizia que o problema no nosso sistema judicial não estava nas leis, mas na sua execução, ou na falta de vontade... Deveras nunca irei entender quem são os culpados em casos com a casa pia, freeport, apito dourado, e coisas afins... pq mais tarde ou mais cedo eles ficam em águas de bacalhau.... e não à culpados....
P.S. desculpem-me os erros....
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