quarta-feira, 11 de março de 2009

5 milhões?????????

Dívida e juros de cinco milhões asfixiam diocese
Igreja não consegue vender apartamentos permutados que dariam para pagar o que deve
00h30m
TERESA CARDOSO
A Diocese de Viseu está a braços com uma crise sem precedentes provocada pela dívida de cinco milhões de euros que resultou das obras no seminário. Os juros pesam e a igreja não consegue vender andares para sanar défice.
O bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, reconhece que este ano, pela primeira vez, a renúncia quaresmal (dinheiro oferecido pelos crentes) reverterá a favor da diocese. Tudo para equilibrar as contas. O prelado penitencia-se e pede perdão.
"Aquele dinheiro costuma ser enviado para quem dele necessita. Sobretudo para igrejas mais pobres em África. Mas desta vez, e pedimos desculpa por isso, não poderemos prescindir de uma receita que é fundamental para reequilibrar as contas do Seminário Maior, coração da nossa diocese", explica D. Ilídio Leandro.
Na mesma linha, está a ser feito um apelo a instituições ligadas à diocese, para que emprestem dinheiro, a um ano, sem cobrança de juros. "A informação está a circular a nível interno, junto das paróquias, misericórdias e outras instituições", revelou o bispo.
As medidas anunciadas procuram travar a galopante acumulação de juros decorrentes do empréstimo de cinco milhões de euros, feito à banca, para pagar as obras de restauro e requalificação feitas no seminário ainda no mandato de D. António Monteiro.
"É uma situação incomportável a que estamos a viver. Segundo o tesoureiro da diocese, os juros que estamos a pagar, davam para comprar um apartamento por ano", acrescenta preocupado o bispo.
A falta de liquidez do Seminário Maior, um dos pilares da Diocese de Viseu, foi agravada, nos últimos anos, pela "crise sem precedentes" que tem vindo a afectar o sector imobiliário a nível nacional e local. E que está a dificultar a venda de 28 apartamentos que reverteram, por permuta, para a Igreja diocesana.
"O seminário cedeu parte da sua quinta, localizada nas traseiras do edifício, a uma empresa de construção civil. O negócio teve como contrapartida a cedência de dois dos 12 blocos habitacionais e de comércio que estão a ser construídos. Era com o dinheiro da venda desses apartamentos que o seminário liquidaria as obras levadas a cabo", explica o cónego António Jorge, reitor do Seminário Menor que funciona no mesmo imóvel.
"Não escapamos à crise mas acreditamos que melhores dias virão. A venda dos andares permitirá pagar o que se deve e assegurar a manutenção do seminário. Até lá, precisamos de dinheiro emprestado, a custo zero, para liquidar a dívida e escapar aos juros", apela o bispo de Viseu.
in JN

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